quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Quarta Poética: Sempre sonho que uma coisa gera....

" Eu sempre sonho que uma coisa gera, nunca nada está morto. O que não parece vivo, aduba.O que parece estático, espera."

Do livro Bagagem, fragmento do poema Leitura, da Adélia Prado.


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sábado, 9 de agosto de 2008

Garimpando ciência

Muitas pessoas têm curiosidade sobre o processo de produção dos experimentos que tenho apresentado na televisão. Em cinco programas inéditos foram ao ar aproximadamente 60 experimentos, montagens, dinâmicas e demonstrações. Trata-se de um trabalho de garimpagem, minha gente, consultando livros, visitando sites, ouvindo conselhos de colegas e sugestões de pessoas, com quem convivo no dia a dia e ocasionalmente. Não sossego! A equipe da televisão determina o que vai ao ar e eu acolho as escolhas deles como um desafio adaptativo para mim, enquanto professora e pesquisadora se aventurando por um novo suporte. Adaptativo porque muitas vezes minha experiência (ou seria vício de prática?) pede outros roteiros e caminhos discursivos e me obrigo a reajustar meus esquemas. Definida uma lista de experimentos, minha casa se transforma em um campo de “testes”. Cada experiência é exaustivamente executada: para que não ocorra imprevistos no ar, para testar materiais (especialmente quando algo dá errado, testo até encontrar o que preciso para que funcione), para cronometrar performance e pensar a linguagem que utilizarei durante a execução. Paralelamente, refaço leituras conhecidas sobre os temas dos quais falarei e leio textos novos, atrás de novidades e aprofundamento teórico. E então chega o grande dia, quando todo o equipamento é embalado para ser transportado para a televisão, na capital paulista. Essa foto é fresquinha, do programa de hoje (dia 20 de fevereiro): meu pai disse que as pessoas iam pensar que eu trabalhava no circo, por causa da roda de bicicleta! Chamei muita atenção, mas ninguém perguntou nada (por favor, vamos ressuscitar a curiosidade das pessoas!). Tá bom, tá bom, vocês querem dicas de algumas fontes garimpadas, né? Reuni algumas, para começar. Vou incluir mais tarde (aqui mesmo neste post) os livros. Voltem depois aqui, para checar a atualização!

http://www.cdcc.sc.usp.br/roteiros/itensexp.htm :Experimentoteca virtual organizada por um grupo de pesquisadores da USP. Os experimentos são organizados em grupo, merecendo destaque os experimentos ligados aos seres vivos.
http://www.cienciaviva.pt/home/: Site português com muita informação e links interessantes, inclusive relacionando ciência e arte. Há um link específico que apresenta a cozinha como um laboratório.
http://www.bioqmed.ufrj.br/ciencia/:A última atualização foi em 2005, mas possui boa lista de experimentos, explicações simples e revelação de fontes quando o experimento é uma reprodução ou recriação.

http://www.exploratorium.edu/: Em inglês, mas o número de imagens ajuda a esclarecer o que está dito. Ligado a um museu/exploratório.

http://www.lespetitsdebrouillards.org/fixe/html/TC/accueil.php?entree=1: Site em francês bastante instigante.

http://sicprogramas.sapo.pt/sicprogramas/index.php?article=293&visual=9 :Site de um programa português com experimentos feitos para a televisão. Há a possibilidade de acompanharmos os experimentos sendo executados em vídeos.

http://atelier15.tripod.com/ :Site de uma “fábrica” de experimentos: você pode adquirir as montagens e a equipe oferece informações teóricas sobre os experimentos.

http://www.vocequeebiologo.blogspot.com/: Um simpático biólogo compartilha com biólogos e não-biólogos seus desvarios (idéias e profissão) ao mesmo tempo que posiciona-se sobre muitas polêmicas ligadas ao “fazer ciência” e revela seu encantamento pelo conhecimento.

http://rodadeciencia.blogspot.com/: Uma roda de ciência que inclui encontros presenciais e comentários virtuais.

http://www.aletria.com.br/: Espaço virtual para quem aprecia o “contar histórias” e tudo que cerca essa prática.

http://www.portacurtas.com.br/index.asp: Opa! Demorou...Um site de curtas para serem vistos online ou comprados. Sabe o documentário Ilha das Flores que quase todo mundo (ou foi todo mundo...ou você ainda não viu???) na faculdade??? Ta lá....Bom para escolas com Internet na sala de aula!

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Quarta Poética: Travalíngua pro Saviola!

Tava devendo este travalíngua. E como hoje o dia está feio, cinzinha e sem graça, pedindo um chocolante quente pra ver se anima, achei que estava propício para um travalíngua com a cara do meu sobrinho, a coisa mais fofa e doce do mundo! E para ele e pra todo mundo! Prepare a língua, respire fundo, deixe o estômago ajudar (o humor vem de lá, suspeito..). Agora tente também, hein?

Tinha tanta tia tantã.
Tinha tanta anta antiga.
Tinha tanta anta que era tia.
Tinha tanta tia que era anta.

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Ê, ô, ô, vida de gado...Povo marcado, ê, povo feliz....

Autonomia na escola: virem-se meus queridos!
Muitas escolas declaram ter estratégias de ensino que valorizam a autonomia da criança. Minha experiência acompanhou situações de grande desconforto para os pequenos, pois a idéia de “autonomia” para muitas professoras é “virem-se, meu queridos”. Esse tipo de habilidade, gerenciar seu tempo, as atividades que pretende realizar, quando pedir ajuda, deveria ser trabalhada diariamente. Longo percurso, diga-se de passagem. Na sala de aula, o aluno vai aprendendo a acessar recursos para que aos poucos sinta-se confiante para tomar decisões sobre sua vida estudantil.

Metacognição o que?
Torço para que um dia as escolas passem a sonhar que seus alunos sejam capazes de realizar a metacognição, bem diferente de autonomia. A metacognição é o processo através do qual cada sujeito seria capaz de gerenciar seu próprio aprendizado, reconhecendo dificuldades, pontos de fragilidade que deveriam ser revisitados, quando avançar, quando diminuir o ritmo, quando arriscar...

Há vida inteligente aqui? Mas há aqui um problema para a escola: alunos capazes de metacognição dão palpites demais, vão questionar estratégias, vão sugerir percursos, vão entender o que professor pretende em cada atividade (e reconhecer quando o cara não souber o que está fazendo). O problema apareceria quando nem o professor é capaz de identificar o objetivo de uma atividade. E por favor, sejamos honestos, muitos dos nosso professores são seguidores acéfalos de receitais (visualizem cartilhas, apostilas, livros). É muito importante o professor se perguntar (e saber) o que ele gostaria que os alunos “alcançassem” a cada atividade. No início da aula ele poderia contar para os alunos, olha, hoje eu gostaria que no final d aula cada um de vocês soubesse conceituar efeito estufa e me contar quais são os elementos envolvidos nessa história. Imaginem a cena, uma aluno questionando a atividade de escrever 100 vezes uma palavra grafada errada, solicitando que o professor explicasse do ponto de vista cognitivo como aquela atividade poderia contribuir para que ele não incorresse no erro. É. Talvez isso seja ainda demais pra nossa adestrada humanidade não pensante....Que fique aqui mais essa semente no nosso viveiro. Ê, ô, ô, vida de gado...Povo marcado, ê, povo feliz....