Que delícia que eram aqueles almanaques de antigamente, textos, imagens, curiosidades! E muitas atividades do tipo "faça você mesmo". A idéia aqui é a mesma, reunir experimentos, ideias, provocações que possam ajudar a tornar as salas de aula de ciências espaços mais instigantes e produtivos!
terça-feira, 28 de outubro de 2008
Sobre filhotes
Estou passando uns dias com minha irmã e meu sobrinho. Ele é bebê. Ele é um filhote humano. É curioso como nossa espécie está se distanciando e tornando artificial o aspecto "bicho" que há em acompanhar o desenvolvimento de um filhote. Eu como bióloga fico só "botando reparo" e pensando no homem das cavernas, imaginando como era o comportamento das primeiras fêmeas e seus filhotes. Meu sobrinho ainda não anda e não segura a mamadeira. Precisa da assitência dos adultos humanos. Fico pensando nos atuais arranjos sociais para essa assitência, a licença maternidade, as creches, as babás...Meu Deus, as mães carregando uma bolsa e a babá com o filhote dela no colo! Anti-natural. Na natureza, só se vê fêmeas não-mães com filhotes em alguns grupos de primatas nos quais tias e sobrinhas se revesam nos cuidados com a cria. Talvez devêssemos copiar esse modelo. Não, mas a lógica mercantilista não permite isso, pois TODOS precisamos ganhar dinheiro, para poder comprar coisinhas, para alimentar o consumismo maluco que nos sufoca. Talvez devêssemos discutir certos aspectos culturais, especilamente aqueles que não estivessem em consonãncia com o que é próprio do bicho homem. Minha irmã mantém-se firme, tenta preservar a "mulher das cavernas" que vive dentro dela, intui um pouco o que fazer, sem ficar maníaca-dependente de manuais sobre "ser uma mãe perfeita". É difícil...Mas de tudo, o que mais em incomoda é quando saímos com ele, o despreparo social para a inserção de um filote na rotina humana. Todos os espaços conspiram para que mães e filhotes fiquem em casa! No consulado, há um cartaz, não pode levar criança. A sensação é de que nos deixam passar na frente porque querem se livrar da nossa presença! É curioso. Volto a falar disso, agora vou trocar uma fralda.
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4 comentários:
Cara Ana Paula,
Eu não sou biólogo e, portanto, não sei dizer o que é o que não é natural. Mas sei que há quem tente explicar a sobrevida das mulheres após a idade reprodutiva (menopausa) como um atributo que ajudou a sobrevivência da espécie humana. O mesmo poderia valer para a existência do homossexualismo: um homossexual poderia ajudar no cuidado com os filhos de seus parentes (não sei o quanto disso é verdade ou pura teoria, ou o quão malucas são essas teorias). Já ter ou não filhos, hoje, e cuidar ou não deles tem um pouco a ver com o individualismo exacerbado dos nossos dias, que se manifesta no consumismo exagerado, mesmo. Quem é causa ou conseqüência (individualismo e consumismo), também não sei... De qualquer forma, divirta-se! Sua sobrinha poderá não lembrar que você cuidou dela, mas você certamente se lembrará.
Um abraço!
Oops! Errei: onde escrevi sua sobrinha, leia-se seu sobrinho. (É o que dá tentar ler e escrever enquanto se faz outra coisa...).
Dedalus, na verdade ser bióloga não me deixa capacitada a dizer o que é natural, não foi isso que quis dizer, caso tenha assim entendido. Para mim, natural seria algo livre da interferência da cultura (não existe,sei..), ligada as primeiras formas de existir. Sobre a menopausa, como bióloga, me intriga mais pensar no número de óvulos desprezados ao longo da vida da mulher (por que tantos se tão poucos amuderecerão? não seria desperdício energético?). E sobtre a homossexualidade, prefiro reconhecer como mais uma manifestação de diversidade. Volte sempre. (desculpe, Dedalus da lit. inglesa?)
Óvulos e espermatozóides, uns caros, outros baratos, mas todos nós jogamos um punhado deles fora: são possibilidades que nunca virão a se concretizar. Assim é também na física: as possibilidaes são muitas e só umas poucas se realizam. Ou seja, parece que a natureza simplesmente trabalha assim, com alguns excedentes que ela descarta depois. Quanto ao Dedalus, é da literatura inglesa mesmo.
Um abraço!
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