Fui professora em uma escola especial para portadores de deficiência visual. De tudo que “aprontei” com “meus meninos” (e foram muitos os feitos!) as sessões de cinema marcaram-me profundamente. Como no filme "Vermelho como o céu", os alunos mostravam grande interesse por cinema. Quem enxerga (identificado como vidente) transforma-se no “olho do cego”. Tipo um olho ecológico, reaproveitado. Há quem ache essa iniciativa uma bobagem, por tratar-se de uma vivência intermediada, uma leitura contaminada da imagem, visto que passa pelos olhos de um mediador, é “interpretado” antes por um cérebro que não o do cego, com suas milhares de implicações, até que se converta em uma informação descritiva-narrativa. Essa experiência só seria legítima se fosse, para estes cricris de plantão, imparcial, ou seja, vivenciada pelos cegos sem intermediários. O desafio é o seguinte, solte sua imaginação, coloque-se no lugar de alguém que não enxerga, e tente descrever algumas imagens. Que elementos são indispensáveis para a composição mental da imagem de outrem? Começo pelo todo ou pelas partes? Poste aqui suas dificuldades, acertos, dúvidas, descreva algo conhecido e deixe que tentemos descobrir o que é!
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