segunda-feira, 9 de março de 2015

Recebemos sugestão: Célula comestível?


Ensinar ciências para cegos esbarra normalmente em dois problemas: materializar para o toque tudo que é grande demais (elefantes, girafas) ou muito pequeno (átomos e células). Há a possibilidade da descrição, que na falta de outro recurso, funciona bem. Mas se podemos contar com outros recursos, fantástico. A seguir alguns exemplos de estratégias bem sucedidas que poderiam e podem diminuir esse incômodo “pedagógico”, sendo que a primeira não foi criada especificamente para portadores de deficientes visuais. Uma delícia! A professora que idealizou a prática executa a profissão como “arte”. Tô errada Idely? Apresento a vocês, Idely Molina, uma professora de ciências que combina conhecimento, arroubos de “chef” e ousadia pictórica.... (A foto da "célula comestível" é da professora Idely, e a outra, da Fundação Zoo-Botânica de Belo Horioznte)

Para o que é diminuto
Reproduzo aqui a receita da célula comestível criada pela professora Idely Molina, que ela me enviou por email. Que lindo, Idely! Será que dá pra fazer na TV?

“Faço aquela massa de bolacha maisena triturada e amassada com manteiga = a membrana plasmática e forro um refratário.Faço no fogão um creme de leite condensado, leite e gemas (creme básico de pavê) e ele será o citoplasma.No centro coloco bombom = núcleoRetículo endoplasmático liso = cobertura de sorvete gelada.Ret. Endop. Rugoso = cobertura de soevete gelada salpicada com granulado (ribossomos)Balas de goma compridas = mitocôndrias etc...É só usar a criatividade! Os alunos estudam TODOS os orgânulos e suas funções e eu os avalio também oralmente durante a confecção da célula. No final comemos nossa célula.Ah! Os lisossomos são M&M!!!!!!!! (...)PS. Se for célula vegetal coloque bolacha traquinas de limão para os cloropastos e rosquinhas para os vacúolos.”


Para o que é muito grande

No caso dos elefantes, por exemplo, a Fundação Zoo-Botânica de Belo Horizonte (Minas Gerais, Brasil), possibilitou que alunos cegos da escola local “apalpassem” animais feitos de topiaria (escultura com plantas), utilizando escadas. Ao passar sob uma girafa, tocando o abdome do bicho e subir em uma escada pra alcançar as orelhas do bicho a meninada pôde confeccionar uma imagem mental mais próxima do real (achamos isso, né?). Boa vontade e boa idéia.

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